Mais Umas Horas




Mais umas horas neste laboratório da confusão,
Deitado, onde me entram na cabeça a sangue frio.
Já só saio daqui quando não houver Sol
Mas sem problema,
Amanhã aqui me encontro com o meu futuro
Para decidir que más decisões me condenaram mais.

Mais umas horas em frente ao ecrã da minha vida,
A vê-la sabotar-me a mim mesmo enquanto passa elegantemente.
Já só saio daqui quando não houver Sol,
E quando sair,
Digo-lhe que não nasça amanhã também,
Pode ser que no escuro deixe de ser gente que precisa de trabalhar.

Mais umas horas aqui,
Mais outras queimadas nesta fogueira,
Pensei que para estar morto teria de estar frio,
Pensei que na morte não houvesse labaredas.

Queria poder escrever mais do que versos soltos,
Mas as máquinas que me devoram a mente não param de chiar.
E assim, é tudo por mais um dia em que aguento cada vez menos.