De dentro deste
país com quatro paredes de papel –
Onde desenhámos e
pintámos a vida com óleo e pastel,
Das tintas
entornadas criámos montanhas,
E dos salpicos de
aguarela, os Tejos e os Guadianas;
De dentro deste
país com quatro paredes de elegância –
Onde esculpimos
as cidades em tons de abundância,
Dos coros de
guerreiros criámos os nossos vendavais,
E da sua força,
navegámos os oceanos de mil sais;
De aqui de
dentro, onde a pequenez é universal,
Com a sua beleza
congelada em fotografia eclipsal,
Rasgámos o papel
destas paredes elegantes,
Para que nos
vissem desnudas as belezas ofegantes.
De dentro deste
país, que é uma caixinha aberta,
Guardamos um
tesouro de pulsação inquieta.
De aqui de dentro
e de fora também,
Aqui está um
presente para que o conheçam tão bem.