Por vezes a insónia pede-me companhia
Para que na noite eu diga o que calo no dia,
Na forma de uma doce e franca poesia,
Que sem dar por si, tem a sua melodia.
Há muito que não lhe peço que fale por mim,
Mas sinto-me longe, para lá do que sempre vi,
Como se ela não soubesse chegar até aqui,
A este inócuo lugar sem vida para si.
À noite, procuro os sonhos, mas penso tê-los perdido,
Algures entre a inóspita realidade e o meu sexto sentido.
Desculpa, avó, pela desilusão de me ter esquecido
De como desejar o tal mundo para mim tecido.