Vejo o mar e a serra, aqui da prisão.
Vejo como discutem a rota do universo
E se perguntam
O que será das margaridas albinas
Que cobrem o céu,
Quando as suas pétalas não derreterem tinta
Para os poetas que as admiram.
Eu próprio já me deixei perder em perguntas dessa matéria,
Mas há muito que não mergulho no meu próprio cérebro.
Talvez por este não ser esse tipo de prisão —
Que me encarcera na minha própria locomotiva —
Aqui parece que apenas me consigo abandonar a mim mesmo,
Um pouco mais a cada dia,
Até talvez não ver mais a serra, nem o mar.
Talvez um dia não saiba mais do que falam.