Encontrámo-nos esgotados ao fundo da rua,
Era a única
esquina restante na face da Lua,
Perguntou-me numa
voz cansada que só era sua
“Quando começará
a vida p’ra nós de esperança nua?”
Chorei no oasis
do seu ombro descaído,
Por entre as palmeiras,
fiz um rio perdido –
Talvez não fosse boa
ideia um dilúvio desmedido
Mas quiçá uma má
ideia nos traga algum sentido.
Caminhámos descalços
pelo pó lunar
E cobrimos os
rostos para podermos cantar –
Se nunca seremos
ninguém, podemos sonhar,
Se nunca seremos
ninguém, deixa-te de me pressionar.
Dançámos
esgotados para levantar o pó lunar
Pela aventura
desta vida que não nos quer a descansar –
Nunca seremos
ninguém, mas não me podes deixar,
Nunca seremos
ninguém, mas podemos sempre tentar.