De tanto querer
beber a poção
Para pôr glória no
seu coração
A vida fez veneno
pouco são.
Tomou-o como se
fosse sumo,
Criou moda com o
seu consumo
E assim se formou
este fumo.
2
Uma triste
cortina espessa
Deixou a nossa
raça submersa
Por querer o
futuro depressa.
Ao início por não
saber bem,
Mais tarde,
vestido só de desdém.
Cego naquilo que
mais lhe convém.
Sem esconder
roubava futuros,
Escondidos em
metais escuros
Unidos em máquinas
e muros.
Quis-se esperguiçar
por mil cantos,
Tapar o mundo
noutros mil mantos,
Para propagar os
seus encantos.
3
De pequeno se
criou por vício
Lá nascido sem
fim nem início,
Entre equinócio e
solstício.
Deu voz ao motor
do seu luto
E nele acendeu o
charuto.
Assim se
incendiou o mundo.