Tenho tambores arrítmicos no coração,
Mas poucas são as curas que conhecem a minha canção.
Os meus hediondos medos alinham-se um a um,
Numa teimosa lista de espera sem fim algum.
Anseiam atormentados pelo mergulho obtuso no meu endoidecer,
Pois medo meu não se contenta enquanto o meu norte eu não perder.
Mãe, é essa a mais provável razão para me perder nestas silabas iguais.
Decoro os meus terrores com consonâncias para menos desarmonias mentais.
Deixo as madrugadas sussurrarem-me palavras bonitas ao ouvido,
Para saber como derramar os meus alarmes imprecisos, soltos e sem sentido.
Esta poesia, não a fabrico por quiméricos caprichos sem justificação,
Mas porque não tenho outra forma de acalmar este meu coração.